sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Dia Mundial do Cão

Diz que hoje é o Dia Mundial do Cão....
A Sério?!
É que para mim todos os dias penso nele. Todos os dias estou com ele. E brinco com ele. E dou-lhe brinquedos e petiscos. Todos os dias o passeio. E tiro-lhe fotos contra a vontade dele. E ele morde-me. Mas pelos vistos, existe quem se lembre disso e só tire fotos com os respectivos patudos neste dia. Porque é o Dia Mundial do Cão. Porque fica giro tirar selfies com eles neste dia e postar com uma declaração de afecto. Os outros dias não contam. Eles não entram nas fotos de família. Não se fala sobre eles. Não há tempo para lhes dar carinho e atenção. Muitas vezes não há tempo para perceber que estão doentes. Nem para levarem as vacinas básicas, ou muito menos saberem o nome das doenças mais comuns nos cães. Mas mesmo assim brinda-se a este dia.

Para mim todos os dias são Dia do Cão.
E alguns são apenas dias de cão. Mas isso é outra história.



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Ração VS Comida Caseira

Este é um assunto um bocado controverso, onde as opiniões divergem.
Quando o cão entrou na minha vida decidi que apenas lhe daria ração seca porque a composição das rações supostamente satisfazem todas as suas necessidades nutricionais.
Para isso tinha de optar por uma ração de qualidade que me assegurasse que nada lhe faltaria.
Apesar de ter tido todo um cuidado na escolha da dita, comecei logo a perceber que a ração não era suficiente, pelos sinais que ia tendo (coprofagia, queda de pêlo, colite, e o típico "cheira e deixa").
Depois de tanto tentar perceber os rótulos de diferentes rações, cheguei à conclusão que não consigo entender nada do que lá está escrito. Percebi apenas que a maior parte tem uma percentagem muito pequena de proteína e muito elevada de cereais e óleos que não consigo identificar, sem falar nos corantes e nos conservantes.
Ora bem, sempre me foi dito que devo evitar tudo o que tem corantes e conservantes, e se isso se aplica aos humanos porque não aplicar também aos nossos animais? Eles não sabem ler rótulos e simplesmente confiam em nós quando lhes metemos a comida na gamela.
Quando o cão teve uma colite, descobri a sensibilidade dele a determinados compostos presentes em algumas rações. Nesse momento a escolha por uma ração de qualidade ao alcance do meu bolso, tornou-se muito limitada.
Por mais boa vontade que tivesse, era impensável pagar 80,00€ por uma saca de ração de 12Kg.
Por indicação da veterinária e por forma a que o sistema digestivo do cão entrasse nos caixilhos, comecei a fazer comida para o cão. Comecei com caldinhos de arroz, cenoura e peito de frango.
Simples. A colite passou. Gradualmente voltei à ração. Voltou o "cheira e deixa" e o "come tu a ver se gostas". Fiz contas. Pesquisei sobre o assunto. Fiz mais contas. Resisti a essa trabalheira que seria andar a fazer comida de propósito para o cão.
Experimentei.
Não achei lá muito prático para mim de perder a comodidade da ração para passar a ter a preocupação de encostar a barriga ao fogão para fazer comida de cão...
Mas felizmente cedi.
Fiquei ainda com mais certeza quando a veterinária me felicitou pela decisão.
Agora é uma rotina como outra qualquer. O Cão está cheio de saúde e não se queixa. 
Um importante e breve estudo sobre os alimentos e respectivas toxicidades, e agora faço-lhe comida duas vezes por semana. Vou alternando proteínas e vegetais, tentando proporcionar-lhe a maior diversidade possível de nutrientes e sabores.

Mas calma! Também não sou perfeita e nem vou em exageros, nem radicalismos! Em situações SOS, quando não consigo fazer a comida dele e já não há mais no frigorífico, dou ração seca misturada com ração húmida e a vida continua...

Ele não me mostra o middle finger por isso...




Imagem: http://tendenciasnaturebas.com.br/

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Coprofagia

A Coprofagia é o acto do animal - seja cão, gato ou outro tipo - comer as próprias fezes ou pior ainda, comer as dos outros.
É um nojo, sem dúvida alguma. É chocante. Como dona de um cachorrinho tão lindo e fofo aos meus olhos, fiquei horrorizada quando o vi a fazer esse lindo trabalho. Comecei a limpar-lhe a boca com papel higiénico húmido sempre que dava por isso. Ralhei muito, dei-lhe uns enxota moscas. Mas é uma realidade e há que aprender a viver com isso para termos o discernimento de perceber que se isso acontece é porque alguma coisa não está bem e tentar corrigir.
Acredito que muitos são os donos que se debatem com este problema, mas primeiro estranha-se e depois entranha-se.
Este assunto também me valeu uma ida ao veterinário.
Fiquei a saber que a coprofagia pode estar relacionada com vários factores, sendo que a principal pode estar directamente ligada a carências nutricionais. Segundo a veterinária, este não deveria ser o caso do cão, porque comia uma ração de qualidade superior, não tinha motivos para procurar nutrientes em mais lado nenhum. Pensei que podia ser por não lhe dar a quantidade suficiente, e ele com fome via-se obrigado a comer o próprio cocó. Nada disso. O peso dele estava a aumentar de forma correcta em relação ao crescimento.
Então o que é que podia ser? O que é que levava o meu cão a comer os próprios croquetes?
A limpeza. Isso mesmo, a limpeza! Com um pouco de psicologia canina, consegui perceber que o cão comia as fezes para as esconder e manter o espaço dele limpo.
Quando o tentava ensinar a ir à rua fazer as suas necessidades, repreendia-o quando as fazia no quintal.
Ora bem, pensa o animal: "para não ouvir ralhar e como não tenho bolsos, só me resta esconder estas coisas na barriga". Pensando bem, resulta quase como uma reciclagem. Ele comia a mesma ração mais do que uma vez.
Começou quando o cão era muito pequeno, por volta dos 4 ou 5 meses. Hoje com 16 meses continua a fazê-lo, mas com menos regularidade e apenas quando faz no quintal. Na rua não tem qualquer interesse.
A veterinária chegou a sugerir um xarope como último recurso, que segundo ela é agradável quando os cães comem, mas intragável quando digerido e expelido, tirando aos animais a vontade de continuar com esse hábito.
Antes de experimentar esse produto, e como faço em todos, decidi pesquisar primeiro, e descobri que existiam algumas contra-indicações graves e situações de animais levados à morte por ingestão desse suplemento.
Simples: prefiro que ele seja um badalhoco que come cacas, do que o sujeitar a produtos que lhe podem fazer mal.
Acredito que um dia deixará completamente de o fazer. Até lá, gosto dele à mesma!


quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Dia de Veterinário

Hoje foi dia de ir à consulta de rotina com o cão.
Chego à conclusão que é quase como ir meter o carro na oficina para mudar óleo e filtros, e quando nos mostram a conta o carro levou tudo e mais alguma coisa, inclusivé umas chapas novas de matrícula (que foi o que me aconteceu a semana passada).
Ir com o cão à consulta de rotina foi igual. O que seria apenas uma ida para reforçar vacinas, mostrou-se ser uma autêntica lição de dermatites, dermatoses, e alergias ao meio ambiente ou alimentares.
Que o cão é fino já eu sabia, mas ainda lhe vou ter de explicar melhor que a dona não é rica, e sai todos os dias de casa para ir ganhar tostões para a comida e não para contas de oficinas e veterinário...
Resumindo: estamos numa de despiste de alergias dermatológicas. O cão tem uma pequena ferida por baixo de uma orelha e vamos tentar tratar com betadine diluido em água e bacitracina.
Vamos também fazer o xarope Leishguard para prevenir a leishmaniose e para o que mais me preocupa neste momento, vamos fazer um suplemento alimentar rico em ácidos gordos para combater a queda de pêlo que se vem a prolongar desde Março.
Todos os dias varro o chão e tiro uma pá do lixo cheia de pêlos... Parece que o cão está prestes a ficar todo despenado.
Portanto vamos dar a reforma à escova de silicone que temos usado até agora, e vamos abrir os cordões à bolsa e comprar um pente metálico aconselhado pela veterinária.
A realidade da coisa é que o bicho é extremamente sensível, apesar de, felizmente ser super saudável.
A colite revelou sensibilidade digestiva e agora a queda de pêlo e a ferida misturada com coceira atiçou a desconfiança de sensibilidade cutânea.
E não, não são pulgas nem carraças porque sua majestade tomou o Bravecto. Um comprimido de 27,50€ que foi servido numa bandeja de prata sob cama de rúcula, guarnecido com caviar... Não foi, mas pelo preço podia ter sido.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Comida de Cão

No início do ano, o meu cãopanheiro ficou muito doente. E eu desesperada por vê-lo assim.


Um dia, cheguei a casa depois de um dia de trabalho, e em vez de um cão feliz e saltitão por me ver, tinha um cão que estava pela primeira vez apático.

O quintal estava cheio de sangue pelo chão e os aposentos reais do dito cujo estavam todos vomitados. Um cenário dos infernos...

Sem pensar muito, enfiei-o dentro do carro e fomos imediatamente para a clínica veterinária.

Diagnóstico: Colite

No relatório da clínica: "o cão passou o fim-de-semana na casa dos avós, onde ingeriu o que não devia".

Ora bem, eu não sou mãe, mas sempre ouvi dizer que os pais educam e os avós deseducam... Foi na casa da avó que o cão ficou a saber que afinal pão é bom, mas se for com  manteiga, queijo ou linguiça é ainda melhor! Descobriu também que aquelas coisas redondas nos pacotes plásticos que fazem barulho se chamam afinal "bolachinha maria". De tal maneira que vira a cabeça à exorcista cada vez que ouve um pacote de bolachas, a quilómetros de distância. E já nem falando do resto, que até já o apanhei a degustar tiririca de galinha. Enfim...

Muitas radiografias, quatro dias seguidos a ir à clínica fazer exames e levar injecções com antibióticos e analgésicos, e a possibilidade de fazer uma endoscopia, ou ainda de ser operado.

Felizmente não foi necessário fazer muito mais, ele estabilizou e voltou ao normal.
A veterinária questionou se eu tinha alterado a ração dele, e respondi que sim, misturava na altura ração da Royal Canin (que mandava vir online), com uma ração de supermercado de marca até bem conhecida, mas de fraca qualidade pelo que vim a comprovar.
Mas aprendi uma lição: não vale a pena tentar comprar ração mais barata, ou de qualidade inferior porque acabamos por gastar o triplo em veterinário.
Informei-me com a veterinária, e percebi que se mantivesse disciplina e algum rigor na alimentação dele, era possível proporcionar-lhe uma vida mais saudável e ainda poupar algum dinheiro.
Nessa altura decidi levar a questão da comida caseira para o cão mais a sério.
Foi necessária alguma pesquisa sobre o tema para decidir que alimentos seriam os escolhidos para introduzir na dieta dele, uma vez que existe uma vasta lista de alimentos proibidos.
No andar da carruagem vou partilhar algumas das receitas que faço!


Imagem: https://pt.pinterest.com


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Canídeoterapia

A vida por vezes troca-nos as voltas, e o que achávamos que tínhamos por certo é-nos tirado sem sabermos bem como. Cada vez mais acredito que se uma coisa má nos acontece é porque uma muito melhor está para vir.
Apesar de tudo o que me tem acontecido nos últimos meses, tenho tentado agarrar-me às coisas boas e às oportunidades que a vida me tem dado. Uma delas foi o cão.
Como é possível um animal nos manter agarrados à responsabilidade da vida?
Por ele, eu tinha de me levantar todos os dias e dar-lhe comida e água fresca, dar longos passeios pela rua, quando o que mais me apetecia era simplesmente me atirar para o sofá com toda a minha melancolia.
Mas ele não deixava. Agora acredito que os animais percebem as nossas emoções.
Ele deitava-se ao meu colo a confortar-me quando eu estava a chorar. Lambia-me as lágrimas, como quem diz "eu estou aqui para ti".
Ele tornou-se na minha prioridade, quando muitas pessoas me diziam que devia de o dar, ou levá-lo para outro sítio porque o cão era uma prisão para mim.
Nunca suportei que me dissessem isso. As pessoas conseguem chocar-nos.
Só quem sente o amor de um cão sabe que é incondicional, puro e verdadeiro. Eu nunca o abandonaria, por pior que fosse a minha situação. Ele faz parte de mim.
Vou sempre lembrar-me que foi graças ao cão que me mantive mentalmente sã, por se pôr a ganir à porta e me ter obrigado a sair de casa quando só queria estar de janelas fechadas sem ver ninguém. A meter-se com toda a gente na rua sempre bem disposto, a fazer com que falassem para mim e eu a ter de responder quando não me apetecia falar.
Sei que ele também sofreu com as mudanças nas nossas vidas, mas ficámos mais próximos, mais "apaixonados" um pelo outro.
Eu sempre soube que ao ter um cão ele dependeria sempre de alguém para tratar dele.
O que eu não sabia é que um dia seria eu a depender dele para tratar de mim!
E sem dúvida que o cão é o melhor amigo do homem. Neste caso da rapariga!




terça-feira, 2 de agosto de 2016

O Cão e Eu

O Cão. E Eu.
Uma linda vida a dois.
Só o Cão e Eu.
Um Beagle irrequieto e eu, alguém com as ideias num turbilhão.
Vivemos um para o outro, ele espera todos os dias por mim ansiosamente numa alegria contagiante, e eu desespero pelo momento em que chego a casa e o abraço.
Da nossa cozinha saem cozinhados saudáveis para mim e autênticos pitéus para ele, dignos de um Masterchef Canídeo!
Um amor incondicional.
A felicidade de ter uma história para ser partilhada!