sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A fada dos dentes

Ver o cão desdentado aos 4 meses foi uma grande novidade para mim.
Nunca na vida alguém me tinha avisado que os cães também mudam a dentição.
Um belo dia, o Cão andava por casa entretido a destruir brinquedos, e de repente começou com as patas da frente a esfregar o focinho, em plena aflição...
Pensei apenas que se tinha magoado com algum brinquedo ou até mordido a ele próprio... Mas a aflição continuou e (como faz sempre que se magoa, tipicamente mimado) começou a ganir a olhar para mim. Acorri logo ao pobre desgraçado para ver o que era. Abri-lhe a dentuça e só vi sangue espalhado pela boca do Cão. Comecei a inspeccionar melhor para perceber onde estava a ferida e reparo que lhe faltava um dente da frente! Pensei logo: "Com a brincadeira este gajo já se desgraçou e vai ficar desdentado para o resto da vida!"
Pois... Não... No dia a seguir já lá estava uma pontinha do malandro do dente definitivo.
Percebi que aquilo ia acontecer muitas mais vezes, enquanto os dentinhos de leite fossem substituídos. Nos dois meses a seguir foi a festa da fada dos dentes, cheguei a encontrar dentes perdidos no meio do tapete da sala e da cama dele.
O curioso é que os dentes são ocos, não têm raiz, e o que os faz cair são os definitivos que os empurram!
Uns encontrei ou consegui tirá-los a tempo, outros ele engoliu o que não tem mal nenhum na saúde dos cães.
Durante o tempo que ele levou na muda de dentes, andou mais reguila, a estragar mais brinquedos e a tentar roer as mãos que apanhava.
Para tentar apaziguar a coisa, comprei-lhe mais brinquedos de corda e de borracha para evitar que ele se interessasse por sapatos ou móveis. E resultou.
Ele só começou a interessar-se por sapatos agora em idade adulta, e é como a dona, gosta de grife... Prefere chinelos da Havaianas a chinelos do chinês, ténis da Timberland aos da Berska (estes vou chorar-lhes a morte para todo o sempre!), ou ainda as sabrinas Josefinas em vez das de plástico a cheirar a petróleo...
Enfim, desde essa altura que entrei no mundo dentário canino e todas as semanas tenho altas brigas com o Cão para lhe escovar o corta-palhas...
Mas a escovagem dos dentes é importante para os cães, tal como para os humanos, sendo necessária na ausência desta, a realização de destartarização dentária sob anestesia geral.
Apesar de lhe ir dando umas barras com flúor e ossos para roer (ambos bons para lhe manter os dentes limpos), também lhe comprei um conjunto de escovas apropriadas e pasta de dentes para cão para que ele mantenha uma boa higiene oral, e assim evitar a acumulação de placa bacteriana, tártaro, ou mau hálito. Tento fazê-lo pelo menos uma vez por semana.
O que não deixa de ser motivo de gozo quando digo que escovo ou tento vá, escovar os dentes ao Sr. Cão.


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O Seguro morreu de velho

Mais vale prevenir que remediar, e não contribuir para aquele outro provérbio "depois de casa arrombada, trancas à porta".
Depois de um ano em constante aflição (porque isto de ter um beagle é obra) decidi fazer-lhe um seguro.
Após várias fugas em plena via pública comecei a achar que qualquer dia o Cão me havia de meter numa carga de trabalhos, e sempre que saía à rua com ele preocupava-me a hipótese de se escapulir e pelo caminho deixar um rasto de destruição, provocar um acidente ou vários choques em cadeia, com carros empenados a deitar fumo enfiados dentro de montras de lojas e bocas de incêndio a jorrar água, com vários polícias a tentar deter o cão marginal e a imprestável da dona, com várias ambulâncias a recolher os vários feridos espalhados pelo chão...
Todo um cenário de horror hollywoodesco, onde na minha cabeça só entoava: "Nem dinheiro tens para pagar uma lâmpada de jardim e agora onde vais buscar o dinheiro para pagar esses estragos todos??"

De notar que uma vez fui passear o Cão para a beira do rio perto da nossa casa (único lugar onde lhe tirava a trela para ele poder correr no areal), e o esperto  lembrou-se de alargar horizontes. Fugiu tanto que fiquei com os bofes de fora por correr tanto atrás dele... Quanto mais chamava mais ele fugia. Outra vez, era ele mais pequeno e tinha um peitoral daqueles que se enfia nas patas e se prende nas costas (que parece umas cuecas invertidas), ferrou as patas por forma a despir o peitoral e lá foi ele espalhar magia pelo jardim municipal quase a ir para a estrada principal e mais movimentada, em plena hora de ponta.

Aproveitei a onda de ter de ir falar com o segurador e fiz algumas perguntas acerca de seguros para animais de estimação. Decidi na hora quando ele me contou um caso que ele estava a acompanhar e que tinha acontecido uns tempos antes: um cão tinha feito cair um senhor de idade na via pública. O senhor teve de ir para o hospital onde ficou internado uns tempos e quando voltou para casa teve de ir fazer várias sessões de fisioterapia.

O seguro cobriu tudo. E é apenas um seguro de responsabilidade civil. Parece que azares destes só acontecem aos outros, mas não. Isto aconteceu ali, no passeio onde levo o Cão quase todos os dias. Um senhor de idade ficou todo descadeirado por causa de um cão tresloucado que estava a passear na rua.

Como o meu também é tresloucado, optei apenas por um seguro de responsabilidade civil, que não inclui despesas médicas por só existirem duas clínicas onde vivemos e nenhuma delas tem protocolo com seguradoras.

Esse tipo de seguros com opção médica valem a pena para quem vive num grande centro urbano com um maior leque de parceiros como o caso do "Pétis" do Millenium BCP, o Seguros Continente da Mapfre, o Liberty Pet da Liberty Seguros, entre tantos outros à disposição no mercado. É só procurar e escolher o mais adequado.
De notar que para os cães considerados de raça perigosa, estes seguros são obrigatórios.

O meu é da Fidelidade, "Responsabilidade Civil - Animais de Companhia" com o capital segurado de 50.000€ por sinistro e anuidade, e franquia por sinistro de 10% dos danos (mínimo de danos materiais de 50,00€). Para que o seguro possa ser accionado, o animal tem obrigatoriamente de ter o boletim de vacinas com plano de vacinação actualizado, o microchip, e a licença de detenção.
A apólice custou 5,00€, mas o prémio anual é de 27,50€.

Por 2,30€/mês ando um bocadinho mais descansada pela rua.
Mas na verdade espero nunca vir a precisar do seguro para nada, será um bom sinal.




segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Legumada de Frango à Cão

Em vez de ser à moda dos restaurantes típicos como "Bifanas à Mestre", "Bacalhau à Chef" "Feijoada Transmontana à Patrão" e afins, esta é uma receita de "Legumada de Frango à Cão".
Não que tenha sido ele a fazer, com muita pena minha... Não que não seja capaz, o problema é que não consegue tirar a panela do armário... Só por isso.


Ingredientes:
10 asas de frango do campo
2 courgetes médias com casca
3 cenouras médias
1 chávena de arroz integral
1 pitada de sal



Preparação:
Numa panela larga meter as asas de frango, tapar com água e deixar cozinhar por cerca de 15 minutos.
Entretanto descascar a cenoura e lavar muito bem juntamente com a courgete. Cortar tudo aos cubinhos.
Tirar as asas de frango da panela e deixar arrefecer.
Juntar mais água à panela e deixar levantar fervura antes de adicionar os legumes e o arroz. Deixar cozer por cerca de 30 minutos. Dessossar as asas e picar a carne juntamente com a pele. Juntar o frango à panela e deixar cozer por mais 5 minutos.
Por usar a pele do frango, não junto azeite no momento de servir, dado que a gordura do frango já é suficiente. Junto apenas algumas ervas picadas, por exemplo salsa, e uma colher de café de cascas de farinha de ovos.

Sei que as asas de frango não são de todo um bom "corte de carne", mas o cão está em idade activa e é tão mexido que considero que este tipo de gorduras são importantes na dieta dele.



quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Microchip

Muitos são os cães que ainda não têm o Microchip. E eu conheço tantos casos. Porque é caro, e não é um bem essencial. Mas quanto é que dariam para recuperar o vosso cão perdido? Vale a pena pensar nisso.
Mas muitos também o têm por ser obrigatório, mas não sabem exactamente como funciona ou como tirar o melhor partido deste dispositivo...


O Microchip é a identificação electrónica que permite fazer a ligação legal entre o animal e o seu dono, através de uma base de dados (SIRA - Sistema de Identificação e Recuperação Animal) onde estão neste momento inscritos mais de 1 milhão de animais em Portugal. Esta identificação pode ser aplicada a qualquer tipo de animal, sempre por um médico veterinário, sendo que apenas é obrigatória para canídeos nascidos depois de Julho de 2008, após completarem os 3 meses de idade. O objectivo do SIRA é a recuperação animal em caso de perda.

O Microchip é uma pequena cápsula electrónica do tamanho de um bago de arroz, que é aplicado sob a pele e "indolor", com um código de barras individual, único e permanente, detectável através de um aparelho próprio de leitura que permite através da base de dados apurar a identificação do animal e do seu dono, permitindo e facilitando a recuperação do animal em caso de perda ou furto.

Os dados devem estar sempre actualizados, caso haja alteração de morada ou de contactos.

Contrariamente ao que se possa pensar, os Microchips  não são uma forma de geolocalização, ou seja, o veterinário não tem um monitor lá na clínica tipo do "Google Earth", onde mete o número do chip e aparece o sítio exacto onde o animal está no momento! Era bom que assim fosse, mas infelizmente os Microchips não estão ligados a nenhuma bateria com autonomia para estar em constante emissão de sinal. Esperemos que num futuro próximo seja possível.

Para sabermos se está tudo bem com a identificação do nosso animal, nós próprios podemos inserir o número no site do SIRA. Caso haja algum desvio, basta apenas dirigirmo-nos ao veterinário e confirmar.

Tanto para animais perdidos como para animais encontrados, o SIRA dispõe de formulários para preencher, que vão depois permitir o cruzamento de dados e a recuperação dos desaparecidos aos respectivos donos.

Também é possível fazer a cedência do animal, ou seja, alterar a "propriedade" de um dono para outro, através de uma "declaração de cedência" que o dono actual deve preencher e entregar no médico veterinário para este último analisar, validar e abrir o processo de cedência.

Felizmente o SIRA faz parte do Europetnet, uma organização sem fins lucrativos, que junta várias bases de dados de outros países da União Europeia num único Website, permitindo o resgate do animal em caso de se perder durante uma viagem a outro país.


Em caso de falecimento do animal o dono deve dirigir-se ao médico veterinário na intenção de dar baixa da sua identificação, bem como à Junta de Freguesia em caso do animal estar licenciado.

Este último licenciamento é também obrigatório.


O meu Cão está "chipado" desde os 3,5 meses.  O ideal teria sido levar o Microchip no mesmo dia da vacina da raiva só quando completasse os 6 meses, mas na altura por aconselhamento da veterinária, optei por colocar mais cedo para que o pudesse levar de férias comigo para terras algarvias.

O "indolor" valeu uma grande guinchadela ao Cão. Pelos vistos aquilo dói...

O Microchip custou 15,00€ em 2015, mas sei que à data o preço ainda se mantém na clínica onde vamos. Nas consultas de rotina a veterinária costuma testar o chip com o leitor para ver se está tudo bem.

A licença na Junta de Freguesia custou 6,25€ por ser o primeiro registo, e tem de ser renovada anualmente por 5,00€, correndo o risco de multa se não o fizer. Este licenciamento só pode ser feito no fim do cão ter o Microchip (aliás, uma das folhas do registo do SIRA é para ficar arquivada na Junta de Freguesia), e também tem de ter a vacina da raiva (doença curiosamente já erradicada no nosso país).
O valor do licenciamento pode divergir por localidade.








terça-feira, 20 de setembro de 2016

Peixinho não é só para Gatinhos!

Ah pois não! O cão adora o sabor do peixe, e pessoalmente gosto de lhe fazer esse tipo de comida mais leve e diferente.
Gosto da ideia de poder contribuir para que o cão tenha uma pelagem brilhante, e o peixe dá uma grande ajuda a essa parte.
Com esta receita dou-lhe um bocadinho mais em termos de quantidade, por a porção de legumes ser maior e mais digerível.

Peixe com Legumes


Ingredientes:
1 posta de pescada
2 postas de salmão
3 batatas doces médias
2 cenouras pequenas
1 cabeça de brócolos média
1 ovo biológico
sal q.b.

Preparação:
Cozer o peixe e o ovo bem lavado durante 15 minutos. Retirar e reservar o peixe, o ovo e o caldo.
Descascar as batatas e as cenouras e cortá-las aos cubinhos pequenos. Levar a cozer com uma pitada de sal por cerca de 15 minutos. Passado esse tempo juntar os brócolos picados (floretes e caule) e deixar cozer por mais 10 minutos. Retirar e reservar.
Limpar o peixe de espinhas e desfiar. Picar o ovo. Esmagar grosseiramente com um garfo as batatas e os brócolos. Juntar tudo numa taça e acrescentar a água da cozedura do peixe coada e livre de impurezas.
Envolver e servir em porções, com um fio de azeite ou óleo de salmão.

Sugestão: Polvilhar com 1/2 colher de chá de farinha de casca de ovo e 1 colher chá de coentros picados.

Também se pode meter num saco de fecho zip e congelar em porções diárias. Este tipo de comida aguenta cerca de 1 mês no congelador, e é óptimo para desenrascar!






sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Cão Sozinho

Morando eu sozinha com o cão, reparei um dia que se me acontecesse alguma coisa eu não teria como pedir para tratarem dele. E se em caso de acidente, e dependendo da gravidade da coisa, eu não conseguisse sequer lembrar-me do meu nome?
Hoje em dia todos usamos códigos para bloquear os telemóveis, por isso o acesso de alguém à minha lista telefónica também se tornaria uma tarefa mais demorada.
Será que sou só eu no meu interior fatalista que se lembra deste tipo de coisas? Ou serei apenas uma pessoa super prática que só tenta desenrascar a situação na impossibilidade de o fazer normalmente?
Ainda não me decidi. Mas em conversa com algumas pessoas, dei conta que ninguém usa este método. Seja por causa de um cão, de uma criança que está à porta da escola à espera, ou seja simplesmente para que os bombeiros, ou alguém que o valha, tenha algum contacto a quem possa dizer que nos aconteceu uma desgraça...
A pensar mais ou menos nisso deparei-me com a realidade que o cão só me tem a mim. Mais ninguém.
Se me acontecer alguma coisa como faço para que tratem dele?
Foi a pensar nesses desaires que encontrei na internet um cartão onde os donos podem preencher com os seus dados, imprimir e colocar na carteira. Apenas encontrei esse cartão em inglês, no entanto achei a ideia óptima! Mãos à obra e fiz um cartão para mim.
Esse cartão, além de servir para informar a família que aconteceu alguma coisa com o portador do cartão, relembra e sensibiliza que apesar de estarmos acidentados, é nossa vontade que tratem dos nossos amigos (seja cão, gato ou periquito) que estão em casa sozinhos, e provavelmente com fome, à nossa espera.
Fica a ideia:





terça-feira, 13 de setembro de 2016

Receita Canina: "Cozido à Portuguesa para Canitos"

Normalmente o meu programa de domingo à tarde é fazer comida.
Não é lá muito entusiasmante, eu sei, mas é por uma boa causa. Pela minha saúde e pela do cão.
Como os meus pais moram no campo e aos domingos vou a casa deles, aproveito e trago muitas coisinhas boas da horta e da capoeira! Quando chego a casa tento logo arranjar os legumes, as hortaliças e as frutas por forma a aguentarem mais tempo no frigorífico e serem mais práticos de utilizar durante a semana.

Mas como animal de hábitos que sou, para mim é importante criar uma rotina e enquanto preparo as minhas refeições para a semana, vou fazendo a comida para o cão.
A receita abaixo (que fiz neste último domingo) é uma espécie de "Cozido à Portuguesa" na versão canina!

Ingredientes:
2 chávenas de arroz integral
1/2 chávena de cuscuz biológico integral cozido
6 folhas de couve portuguesa
1/4 de abóbora manteiga
1 cenoura grande
1 perna com costa de frango do campo
½ peito de frango grelhado sem sal
2 rins de porco limpos, sem a parte branca central
1 ovo biológico cozido
salsa fresca para polvilhar no momento de servir
1 fio de azeite ou óleo de salmão no momento de servir
sal q.b.

Preparação:
Numa panela colocar as duas chávenas de arroz integral com 5 chávenas de água e uma pitadinha de sal. Deixar cozer por 40 minutos, até o arroz absorver toda a água. Reservar.
Num tacho colocar as folhas de couve muito bem lavadas, cortadas aos pedacinhos, com a abóbora e a cenoura aos cubinhos com uma pitadinha de sal. Deixar cozer por 20 minutos. Reservar.
Num outro tachinho colocar o frango (com a pele) e cozer por 30 minutos. Retirar e reservar o caldo.
Por último numa outra panelinha cozer os rins cortados aos pedaços e deixar cozer por 15 minutos. Reservar.

Para servir, dou-lhe uma porção de arroz e cuscuz, frango sem osso, ovo picadinho, legumes, e rim. Polvilho com salsa e rego com um fiozinho pequeno de azeite, ou com óleo de salmão.

Vou dividindo por porções por forma a dar para as refeições da semana, colocando mais arroz ou mais legumes. Tento usar o rácio de 30% de carne, no caso do frango, tiro os ossos e desfio a carne e pico a parte da pele. Como o cão está em idade activa faz-lhe falta esses tipos de gorduras na dieta dele. 40% de hidratos de carbono, neste caso o arroz e o cuscuz, 30% de vegetais e 5% de vísceras (aqui usei os rins).

Esta porção deu-me para 1 semana de refeições, mais 2 saquinhos com cerca de 600gr cada que congelei para situações SOS.



sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Alimentos Proibidos na Alimentação Canina

Quando o cão chegou aos 9 meses, e depois de um episódio de colite, comecei a dar comida caseira.
Nunca me tinha apercebido que existem certos alimentos aos quais os cães são totalmente intolerantes.
Toda a vida tinha visto os meus pais darem os restos de comida aos cães que tínhamos, e isso para mim não tinha mal nenhum, a cadela de estimação dos meus pais chegou aos 19 anos de idade, e obviamente que morreu de velhice, já com a pelagem toda branquinha e sem dentes.

Para mim os cães só não suportavam uma coisa: feijões. A selecção que eles faziam na taça da comida, era tão pormenorizada que lambiam tudo, mas só deixavam os feijões. Seria porque eles lá no fundo sabiam que aquilo lhes faria gazes? Não gostavam do sabor? Da textura? Nunca soube bem porquê, nem consegui ainda descobrir, apenas parece que eles instintivamente sabem que aquilo lhes faz mal, embora não conste de nenhuma lista das que eu encontrei!

Mas nem para todos os alimentos esta faceta instintiva funciona. E é aí que os donos responsáveis entram em cena.
A minha forma de raciocínio é a seguinte: se os cães derivam dos lobos nos primórdios dos tempos, devemos dar-lhes uma alimentação aproximada com a que os lobos tinham e ainda têm à sua disposição na natureza, evitando o máximo de alimentos processados.


Na lista de alimentos proibidos que eu sigo estão:



  • Alho - se for 1/4 de alho/dia até faz bem mas torna-se tóxico se for em maior quantidade.
  • Cebola - provoca anemia
  • Abacate - tem um derivado de ácido gordo muito tóxico. E para quê dar isto ao cão??
  • Chocolate e derivados de cacau - não é digerível pelo fígado dos cães e pode mesmo ser letal
  • Chá preto e Café - a cafeína pode provocar arritmias e até ataques cardíacos
  • Bebidas alcoólicas e refrigerantes - não é preciso explicar pois não?
  • Açúcar - provoca cáries, diabetes, obesidade e torna o palato mais selectivo
  • Ossos - nem cozidos nem crus. Ao roer lascam-se pontas bicudas que podem furar os órgãos
  • Nozes - interferem com o sistema nervoso central levando à perda do equilíbrio
  • Pêssegos/Ameixas/Alperces - não a fruta, mas sim os caroços são altamente tóxicos
  • Uvas ou passas de uva - provocam falência renal
  • Peixe cru - contêm parasitas que só são eliminados com a cozedura ou congelamento
  • Soja e milho - provoca alergias
  • Batata branca comum - o amído causa desarranjos gastrointestinais
  • Massas cruas de pão ou bolos - o fermento transforma-se em açúcar que por sua vez se transforma em álcool
  • Sementes de linhaça - provocam intoxicação alimentar, mas o óleo de linhaça é tolerável
  • Pimenta - provoca gastrites e até úlceras
  • Sementes de maçã ou de pêra - libertam ácido cianídrico no estômago, mortal para os cães
  • Trigo - ponto crítico! Muitos animais são intolerantes ao glúten e a quase todos os cereais. Este eu tento evitar, por ver que no meu caso o cão fica com desconforto abdominal. Aqui entram produtos como as farinhas brancas de trigo, as massas, o pão, bolachinhas e afins...
  • Arroz branco - é mais calórico e tem açucares mais rapidamente absorvidos pelo organismo, provocados pelo processo de branqueamento a que é sujeito. Sem dúvida que prefiro o arroz integral, pela fibra e pela capacidade de saciar por mais tempo.
  • Leite - tal como alguns humanos, a lactose é intolerada pelo sistema digestivo dos cães provocando vómitos e diarreia, levando à falência do sistema imunitário.

Para me ajudar, uso esta cábula que tenho na porta do frigorífico e à qual recorro sempre que tenho dúvidas:

Por último, apenas relembrar que não devemos dar os nossos medicamentos a animais, a menos que sejam receitados por veterinários.
Também no caso das plantas, algumas são altamente tóxicas para os animais e muitas delas temo-las em casa e nem fazemos ideia.
Mais um assunto a aprofundar futuramente!



terça-feira, 6 de setembro de 2016

Levar a coisa a sério

Antes de começar a partilhar as receitas que faço, aviso que não sou veterinária nem tão pouco tenho formação em nutrição animal. Apenas pesquisei muito sobre o assunto por forma a tentar fazer um bom trabalho com o meu cão e não o prejudicar de alguma forma.
Assim, acho melhor falar de alguns aspectos que considero muito importantes e que fui retendo ao longo do processo:

  • Cada caso é um caso. Um cão idoso não precisará de repor níveis de energia como um cão jovem. De igual forma que um cão com algum quadro clínico necessitará de uma dieta especial, com adições ou restrições que um cão saudável não necessitará.
  • O aconselhamento veterinário é essencial para perceber se o cão requer alguma dieta específica, se tem o sistema gastrointestinal sensível ou  até mesmo alguma intolerância. Proporcionar ao cão uma alimentação desadequada pode desencadear ou agravar problemas de saúde.
  • Devemos assumir o compromisso de fazer a comida ao nosso cão com responsabilidade, ou então mais vale nem começar, há que ter em mente a possibilidade dos distúrbios alimentares que lhe podemos causar. Acredito que a maioria dos veterinários aconselhe os donos a dar ração pelo receio de ser uma decisão assumida sem noção dos nutrientes, vitaminas, minerais e ácidos gordos necessários ao bom desenvolvimento do animal.
  • Embora não deixe de ser "comida para cão", procuro sempre encontrar o equilíbrio correcto entre os níveis de proteína animal, gorduras, hidratos de carbono, legumes, hortaliças e até frutas, porque dar comida caseira ao cão não é de todo dar-lhe os restos da nossa comida. Nem tão pouco dar apenas arroz cozido com frango e cenoura, à excepção de indicação do veterinário para o fazer.
  • Existe uma lista de alimentos proibidos. Alguns deles muito importantes na alimentação humana, mas altamente prejudiciais a um cão quando adicionados à sua dieta. Não podemos ignorar este ponto. Mais à frente falarei deles com a devida atenção.
  • É importante ir introduzindo novos alimentos de forma gradual na dieta canina, um de cada vez. Só desta forma conseguimos descobrir possíveis alergias a algum alimento.
  • Guardo sempre a comida no frigorífico numa caixa hermética.
  • Para aquecer junto na taça dele um bocadinho de água a ferver e misturo bem até ficar a uma temperatura em que ele não queime os bigodes.
  • Não junto azeite na cozedura dos alimentos, para não saturar a gordura. Antes de servir é que junto um fiozinho de azeite ou óleo de salmão.
  • Costumo usar alguns complementos na alimentação do cão, que sei que mal não fazem e só podem trazer benefícios, como é o caso de farinha de cascas de ovo (tem 10x mais cálcio que o leite), óleo de salmão, sal (pouquinho) e ervas aromáticas - para além de proporcionar novos sabores, as propriedades medicinais das ervas aromáticas já não são novidade para ninguém.
  • Especialistas em nutrição animal aconselham que se dê ao cão a quantidade de comida cozida equivalente a 5% do seu peso corporal. No caso do meu, que pesa cerca de 18kg, o ideal será dar-lhe 800gr de comida por dia. Sinceramente acho um exagero. Dou cerca de 500gr por dia e o cão está com o peso considerado ideal pela veterinária.
Tudo isto parece um exagero, e como diria um brasileiro: "nossa, que frescura!", mas pessoalmente prefiro levar a coisa a sério, para que o cão tenha uma saúdinha da boa!





quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Olá Setembro

Começar Setembro da melhor maneira é acordar sete vezes durante a noite com o cão a vomitar uma espuma, pela terceira noite consecutiva. A novidade é que esta manhã estava triste, com dores e sem apetite. Só a pedir mimos sem brincar, o que não é muito normal...
Nos outros dias não dei grande importância porque de manhã ele estava sempre bem disposto e comia tudo. À noite brincou e fez os disparates normais. Hoje foi diferente.
Tive de ligar para o trabalho a dizer que ia chegar atrasada e fui a correr para a porta da clínica à espera que abrisse. Muitas apalpadelas e uma radiografia depois, a veterinária viu que ele tem o duodeno e os intestinos inflamados. Antibiótico e analgésicos injectáveis... E logo temos de lá voltar para dar a medicação.

O que é que aquele sacana terá andado a comer que eu não vi?!

Mistério... Era bom que ele falasse... Mas mesmo que falasse ia mentir-me de certeza...