segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O Cão fugitivo

Este fim-de-semana tive "O" susto com o Cão. A valer!
No último ano andei a tentar ensinar o Cão a não ir para muito longe da casa dos avós e a tirar-lhe a trela aos pouquinhos, sempre atrás dele para não se afastar muito.
Um ano a tentar habituar o Cão a isto: noção de localização.
Este fim-de-semana fomos até a casa dos avós. Até aí nada de novo. Como de costume, e em seguimento do voto de confiança que eu já lhe tinha dado, o Cão andava pela rua a correr e a brincar sem a trela. Ele nunca fugiu dali e podia até desaparecer por uns momentos mas quando o chamava ele aparecia logo, ou era ele que me procurava para ver se eu não tinha fugido. Tranquilo...
Mas este fim-de-semana borrou a pintura toda.
Eu estava em casa e ele andava na rua a explorar, volta na volta eu espreitava à janela para ver onde ele andava. Até que espreitei uma vez, duas, três vezes e nada de Cão no horizonte! Peguei logo na trela e fui para a rua chamá-lo. Nada. Os meus pais, que são super preocupados com o neto, também não sabiam dele. Procurei em todo o terreno e nem sinal. Só podia ter saltado o muro! Fui para a estrada, corri rua abaixo e rua acima, sempre a chamar por ele e não apareceu. Aí comecei a panicar. Literalmente em pânico, a hiperventilar, as mãos a ficarem suadas e geladas, agoniada, mal disposta e os olhos a não se fixarem em nenhum ponto, mas a querer olhar para todos os sítios possíveis no menor espaço de tempo possível.
Passaram uns horríveis 50 minutos sem saber o que fazer, onde ir, aonde procurar. Um desespero agonizante. O incómodo de ter a vista embaciada e não conseguir ver bem por causa das lágrimas. O "porquê?" a matutar-me na cabeça.
Tocou o telemóvel.
Ele estava a "salvo do mundo" na casa de uma senhora, já dono e senhor do sofá e merecedor do descanso da viagem feita em 4 patas. A um quilómetro da casa dos meus pais, numa rua paralela. Não consegui falar quando o vi, só soluçar.
Vou ficar para sempre grata pelo telefonema, pela medalha com o número de telefone que ele usa impreterivelmente ao pescoço. Pelo Cão ser tão afável e bem disposto quando só me apetecia estrangulá-lo. Estivemos só pouco mais de uma hora sem saber um do outro, mas pareceu uma eternidade. Parece insignificante, mas a verdade é que se não fosse pela medalha de identificação esta história seria mais longa de certeza. Para já o Cão vadio está de castigo e para mim é o Cão mais feio do mundo! Eu já sabia, mas agora ainda tive mais certeza que não posso viver sem ele... Se foi isto com um cão, nem quero imaginar a dor das mães quando lhes acontece o mesmo com os filhos...

O Fugitivo. Cão Feio.

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